«Ao contrário de línguas como o hebreu, o filipino ou o suaíli, que floresceram depois de serem criadas ou recriadas, o “esperanto nunca foi capaz de se apoiar na estrutura oficial de um estado, apesar de duas resoluções das Nações Unidas a seu favor” (...) .»
Apesar de concordar com a premissa de que a falta de um aparelho governamental para apoiar o ensino e promoção do esperanto limita o seu crescimento, esse não me parece ser o seu principalmente problema.
A língua é um elemento indissociável da nossa identidade cultural. E compreende-se facilmente porquê: é o nosso principal meio de imprescindível comunicação. E como o criador do esperanto, Ludwig Zamenhof, deve ter reparado, ao mesmo tempo que nos une enquanto sociedade é também o grande factor que distingue nós d'outros.
Ao procurar uma língua universal, ficamos com menos uma barreira que nos distingue. Mas há muitos edifícios construídos juntos a essa barreira. Há toda uma identidade associada a essa língua: uma história, um povo, uma terra, uma cultura. E isso é um motivo para aprendermos e apegar-nos a essa língua.
Ao esperanto faltam-lhe estes elementos. O esperanto é, em muitos sentidos, uma língua artificial e vazia. No seu objectivo de ser uma língua do mundo torna-se numa língua de ninguém. Não é atractivo aprender esta língua, apesar do seu objectivo nobre, e da sua possível utilidade no mundo dos negócios.
E por estes motivos, expressões que dão vida e a sua graça a uma língua não lhe surgem com facilidade. Expressões como "calcanhar de Aquiles".
Ao procurar uma língua universal, ficamos com menos uma barreira que nos distingue. Mas há muitos edifícios construídos juntos a essa barreira. Há toda uma identidade associada a essa língua: uma história, um povo, uma terra, uma cultura. E isso é um motivo para aprendermos e apegar-nos a essa língua.
Ao esperanto faltam-lhe estes elementos. O esperanto é, em muitos sentidos, uma língua artificial e vazia. No seu objectivo de ser uma língua do mundo torna-se numa língua de ninguém. Não é atractivo aprender esta língua, apesar do seu objectivo nobre, e da sua possível utilidade no mundo dos negócios.
E por estes motivos, expressões que dão vida e a sua graça a uma língua não lhe surgem com facilidade. Expressões como "calcanhar de Aquiles".
J. Ruivo, Com todo o respeito, parece que V. simplesmente não conhece do que fala. O Esperanto é para ser segunda língua, nunca a primeira e, menos ainda, língua única.
ResponderEliminarPelo Esperanto, ou pela adoção do esperanto, ningém perde nada de sua origem étnico-cultural mas, pelo contrario, tem acesso fácil à todas as culturas.
Obrigado pelo comentário.
ResponderEliminarDe facto não sei do que falo, porque não falo esperanto.
O que eu quero dizer é isto:
O esperanto foi desenhada como uma língua auxiliar internacional. E «no seu objectivo de ser uma língua do mundo torna-se numa língua de ninguém.» Não pertence a ninguém, e portanto falta-lhe uma cultura viva que lhe dê o encanto que as outras línguas têm. É só.
Mas agora que fala nisso, o que escrevi até dá a impressão de substituição... As minhas desculpas por isso.
A parte da identidade tem a ver como o motivo para «aprendermos e apegar-nos a essa língua». Se calhar devia ter acrescentado que «e as línguas das culturas que nos apaixonam».
É como bem dizer "I like beaucoup de banana because n'a pas de caroço". No meio desta amálgama, o que se espera que floresça? Bananeiras nunca, de certo.
ResponderEliminarOlá, boa tarde! O Esperanto tem todos os edifícios que lhe diz faltarem: tem já uma rica história, tem uma terra (o planeta), tem o seu povo com a sua própria cultura. Esta cultura esperantista é bastante forte, diversa e identitária - não é uma mistura artificial das culturas dos vários povos do mundo. A língua é bastante rica, eu diria até surpreendentemente rica, e de modo algum vazia. Está apinhada de expressões de todo o tipo, várias vindo directamente das centenas de línguas maternas das pessoas que o falam, muitas outras únicas, originais e próprias à língua e a esta sua cultura. Por outro lado, o Esperanto tem por objectivo ser uma língua de todos e, digo-lho abertamente, é exactamente essa universalidade fraterna e inclusiva que sinto. Parece-me que a imersão neste mundo diferente do Esperanto lhe alteraria a grande maioria desses pontos de vista, que são naturais a quem está de fora e não possa compreender ou aceitar ser possível existir este fenómeno extraordinário que é o Esperanto. Com os meus melhores cumprimentos, Iuri Gaspar
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