Tenho vindo a chamar à atenção
para a situação de certos grupos profissionais que não podem deixar de ser
envolvidos no esforço colectivo de evitar o afundamento do barco. O barco neste
caso chama-se Estado e carrega excesso de peso, os contribuintes é que o remam.
Fi-lo a propósito dos militares (aqui),
chamei igualmente à atenção que dos professores (aqui)
e eis senão quando aparecem os diplomatas e juízes para os quais o governo pia
fininho!
O governo, não sei se pela
entrada ao serviço de Rui
Machete, veio anunciar que as pensões mais altas desses dois grupos
profissionais ficarão
de fora dos cortes a 10% previstos para as demais do regime da CGA, sob
justificação de que as mesmas já haviam sido alvo de cortes anteriormente.
Convém destacar que o facto de diplomatas e magistrados receberem pensões elevadas significa que, tanto uns, como outros, são à partida privilegiados
pelos salários que auferem enquanto estão no activo, a que se juntam ajudas de
custo para tudo e para nada e condições especiais no regime de férias.
Aqui há tempos um estudo veio
confirmar que os juízes
portugueses são dos que mais ganham para o pouco que fazem, entres pares
europeus. Com a conhecida celeridade e bom senso das suas decisões (aqui)…
Por seu lado, os diplomatas,
embora reconheça o competência da sua acção, não deixam de ser profissionais
muito favorecidos, não só pela vida que levam "em nome do Estado",
como também pela network que criam, tanto
cá, como lá fora, o que os dispensa de agonias se algum dia tiverem de largar a
vida boa do "croquete".
Como não aprecio
"excepções" (muito menos deste tipo), nem tão-pouco grupos de interesse,
vejo-me na obrigação de trazer este apontamento.
Não se julgue que isto passa
despercebido. Se o barco é de todos, todos têm de puxar por ele, mais ainda os
que têm músculo para isso.
Ou há moralidade, ou comem todos!
Sem comentários:
Enviar um comentário