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"Quod non est in actis, non est in mundo" ("O que não está escrito, não existe")

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Ladrões de Desemprego

No meio de tanta informação e contra-informação sobre os números do desemprego, há várias coisas que me estão a escapar! E aqui venho procurar esclarecimento!


Desde quando é que estágios, mesmo que pagos pelo Estado, são desemprego?
Num estágio não se trabalha? Quase sempre até mais do que num contrato sem termo!
Ou o problema é o de ser pago pelo Estado? E a função pública é paga por quem? Também está “subempregada”, ou “desencorajada” para exercer funções?

Desde quando é que trabalho a tempo parcial é desemprego?
E o pessoal que trabalha umas horas no Verão (incl. em Agosto, quando está tudo de férias) não conta?

Desde quando é que os ditos desencorajados são desempregados?
Bem, concretamente desempregados são, mas por opção própria. É o chamado desemprego natural.
No tempo das “vacas gordas” (sim, também as houve) não havia “desencorajados”? Ou nasceram também com a troika?

Desde quando é que a emigração entra para a taxa de desemprego?
Se a emigração conta para o desemprego, então Cabo Verde tem 110% de população desempregada!
E os “desempregados” portugueses dos anos 60, que migraram para a Europa inteira?
Ou será que aqui também se tem de considerar a imigração empregada no País de acolhimento? Ah, essa não, porque estragaria as contas!
E quem me garante que todos os emigrados foram para o estrangeiro desempregados de cá? Não haverá quem tenha saído do País com ofertas melhores de trabalho?
Qualquer dia, até os reformados e os bebés no infantário entram para a taxa de desemprego!

O desemprego real, segundo os auto-intitulados ladrões

As estatísticas do desemprego até poderão estar subavaliadas. Mas 1) são publicadas por fonte estatística independente (ou o INE não é independente?) e compiladas por entidade externa (ou o Eurostat também está ao serviço do governo português?) e 2) os métodos de estimação e previsão não mudaram tanto assim, que tornem estes números incomparáveis aos de 2011 ou de 2007.
Mas parece que a tribo dos “Ladrões de Bicicletas” veio reproduzir esta cantilena.
E foram eles que me forçaram a escrever esta nota.
Porque não gosto de dar cobro a ladrões e aldrabões de verdade!