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"Quod non est in actis, non est in mundo" ("O que não está escrito, não existe")

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Porque é que a Economia é mais interessante que a Política?

A resposta a esta pergunta é simples: os Economistas formulam opiniões com base em factos e dados concretos e os Políticos formulam opiniões com base no que lhes dá mais votos. E é este um dos principais problemas sociais e culturais de Portugal (maior ainda que o económico/financeiro), majorado pelo facto de que toda gente se acha no direito de expressar opiniões, que na maior parte dos casos são asneira! E porque é que são asneira? Simples, falta de informação e conhecimento acerca do que se comenta. Assim, ficam abaixo dois exemplos daquilo que se deve fazer e do que são bons (leia-se informados) opinion makers. [Aconselho vivamente a visualização de ambos os vídeos]

Exemplo 1) (Olhos nos Olhos, 18 de Fevereiro: http://www.tvi24.iol.pt/programa/4407) Presidente do IGCP (Instituto de Gestão do Crédito Público), João Moreira Rato, economista de formação e mais um retornado do governo de Passos (desta feita pela mão de Vítor Gaspar, visto estar até então na Morgan Stanley em Londres). Sob a temática do regresso de Portugal aos mercados com a emissão de 2500 milhões de euros em dívida soberana, ficou provado que o governo tudo tem a ganhar em explicar aos portugueses o que se está a fazer e como se está a fazer, principalmente se comunicado por quem sabe o que está a dizer... 

Exemplo 2) (Especial 24, 20 de Fevereiro: http://www.tvi.iol.pt/videos/13811645) João César das Neves, professor catedrático de economia na Universidade Católica Portuguesa. Acerca do seu mais recente livro "As 10 Questões da Crise", aborda diversos pontos da crise e da sua solução, bem como o debate da "Reforma do Estado". César das Neves afirma, entre outras coisas, que "em Portugal, as pessoas orgulham-se de fugir aos impostos" e (amén que não sou o único a ver isto!) que "a única maneira que resolver este problema é os portugueses perceberem que cada vez que alguém foge aos impostos, é do MEU bolso que sai!"

Perante estes dois exemplos, sinto cada vez mais que discutir política é um desperdício de tempo e que devemos debater economia, partindo do simples princípio que ter opinião é um direito, mas que expressa a sua tem também o dever de a saber fundamentar e de estar informado e ter o mínimo conhecimento acerca daquilo que está a dizer. Se não sabe, leia, informe-se, pergunte a quem sabe mais. Se sabe, recolha informação, pense, considere todos os factos.

Acho que já é tempo de retirar "antena" aos demagogos que apenas querem votos e tacho e dá-la a quem tem ideias, a quem relata factos e a quem apresenta soluções. Que se lixem os sindicatos e as suas greves, que se exaltem os trabalhadores que aceitam fazer sacrifícios para manter as empresas onde trabalham abertas e a produzir, que se exaltem aqueles que têm (perdoem a expressão) tomates para deixar o subsídio de desemprego para arriscar tudo enquanto empresário! Que se dê valor a quem o merece e que se despreze quem nada faz.

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