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"Quod non est in actis, non est in mundo" ("O que não está escrito, não existe")

segunda-feira, 25 de março de 2013

O leilão de electricidade da DECO


O Público recorda-me de algo que já queria escrever há umas semanas. Hoje venho chamar a atenção para o leilão da DECO sobre a tarifa da electricidade. Este leilão vem facilitar a busca do tarifário óptimo para o consumidor, busca essa que consome tempo e é difícil de discernir, além de proporcionar o empurrão para essa mesma busca.

O principal argumento do leilão é que “juntos pagamos menos”, ou seja, quem adere procura pagar menos na tarifa da electricidade, fazendo valer o poder negocial do conjunto. Mas acredito que os resultados mais positivos resultarão da dinâmica que resultarão do leilão ao longo dos próximos anos.

Explico. Pelo que percebi do site do leilão, um utilizador regista-se junto do site e fornece dados sobre o seu consumo de electricidade. Durante o leilão, todos os fornecedores de electricidade são convidados a licitar uma tarifa mais baixa. Com os dados facultados à DECO, ela estima quanto o utilizador gastaria segundo o tarifário actual e aquele que lhe é mais vantajoso, daqueles que são licitados. O utilizador não é obrigado a aceitar o contrato resultante do leilão, mas se o aceitar o contrato tem uma duração de 12 meses.

Já agora, o leilão está aberto a novos participantes até 30 de Abril, 2 de Maio começa o leilão e a partir de 15 de Maio os participantes receberão uma mensagem com o resultado. Também é importante referir que só podem aderir casas em território continental e que a DECO é capaz de «vir a receber uma comissão por cada contrato assinado pelos consumidores junto do fornecedor que ganhar o leilão». Mas quem é membro da DECO receberá a totalidade da comissão, e nos outros casos a DECO reterá parte dessa comissão, a fim de cobrir custos administrativos.

Ou seja, como resultado directo do leilão, durante 12 meses o utilizador poupa na conta da electricidade, mas e passados esses 12 meses? O contrato termina e o fornecedor faz uma oferta. Mas o que realmente importa é que os utilizadores terão uma maior propensão a fazer uma busca ao mercado para procurar um contrato que mais lhe agrade, e também já terão experiência nessa área. Para mim, este maior cuidado com os contratos que são firmados, a busca pelo menor preço, é o principal benefício para os consumidores, pois exercerá força para que os preços subam menos ao longo do tempo.

O meu conselho é para que adiram ao leilão, porque a tarifa vencedora será quase certamente inferior à que já paga, e até porque não são obrigados a aceitar o resultado. Para participar basta dirigir-se à página web https://www.paguemenosluz.pt/ e preencher o formulário.

Actualização: o Público informa que o leilão angariou meio milhão de pessoas.