De certo modo, não me surpreendeu
a notícia do Negócios que revela que as Forças Armadas são o único grupo
profissional cujos vencimentos subiram desde que estamos sob assistência financeira
externa.
Exercito, Força Aérea e Marinha (especialmente
esta) gozam, a pretexto de “Abril”, de privilégios de que (arrisco a dizer) nenhum
outro grupo goza. A austeridade não lhes chega, e quando se ensaia algum género
de corte (tão comum em qualquer outro lado), saltam logo da capoeira os
sargentos, os “capitães de Abril” e velhos generais a cacarejar.
As Forças Armadas poderiam muito bem
ser mais usadas para fins civis, já que para os militares de pouco servem (Portugal não
está em guerras e as missões de paz em que se participam envolvem poucos
meios). Tarefas como combater incêndios (tantos há para combater), auxílio na investigação
criminal (tráfico de droga, espionagem, terrorismo) ou missões humanitárias nas
ex-colónias (ou mesmo militares, como na Guiné) são trabalhos necessários em
que as Forças Armadas poderiam ajudar com os meios de que dispõem.
Mas não. Reivindicar a torto e a
direito aumentos salariais e rosnar sobre a democracia actual é que é bom.
Assim
também eu!
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